Ser uma das pessoas mais ricas do mundo não significa que você pode ir ao banco e pegar 44.000 milhões de dólares para comprar uma rede social. A aquisição do Twitter por Elon Musk é um exemplo claro disso. O bilionário teve de vender parte da sua participação na Tesla, recorrer a fundos de investimento e pedir vários empréstimos bancários para financiar a operação.
Em um cenário ideal, a empresa deveria gerar receita suficiente para continuar crescendo e saldar a dívida. A verdade é que a realidade do Twitter, segundo o jornal Financial Times, é bem diferente. A polêmica gestão de Musk assustou grandes anunciantes na rede social, colocando em risco seus planos de torná-la lucrativa.
O Twitter de Elon Musk enfrenta uma enorme dívida
Os detalhes finais do acordo de financiamento são desconhecidos, mas pessoas ligadas à compra do Twitter garantem que o prazo para fazer o primeiro pagamento de um empréstimo de 13.000 milhões de dólares. Especificamente, estamos falando de 1.500 milhões de dólares por ano em juros que a empresa deve transferir para um grupo de bancos liderado pelo Morgan Stanley.
No entanto, os balanços da empresa mostram dados pouco animadores. De acordo com Zoë Schiffer da Platformer, a receita diária de publicidade, em comparação com o ano passado, caiu 40%. Mas os problemas não terminam aí. Segundo o The Information, mais de 500 dos principais anunciantes do Twitter pararam de gastar dinheiro com anúncios na rede social.
Toda essa situação pode ser melhor compreendida se levarmos em conta que grande parte da receita do Twitter vem da publicidade. Este é um pilar muito importante para a saúde financeira da empresa, que tem visto marcas como Volkswagen, United Airlines, Eli Lilly, Pfizer e Mondelezdistanciaram-se alegando, entre outras coisas, os rumos incertos que tomaram
Um ponto importante em toda essa questão é que a dívida está vinculada ao Twitter em nível corporativo, portanto, o descumprimento de suas obrigações impactaria diretamente a empresa com uma ampla gama de consequências. Um deles, entrando no clube das empresas da NCAA (No Coupon At All) que ainda nem fez o primeiro pagamento de juros.
Na pior das hipóteses, o Twitter poderia requerer o Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, ou seja, entrar com pedido de falência. Consequentemente, um longo e tedioso processo de reestruturação se iniciaria. No entanto, se a perspectiva não mudar imediatamente, Musk ainda pode mergulhar em sua riqueza pessoal vendendo ações da Tesla para pagar a dívida.
Por enquanto, o empresário foi rápido em cortar custos, limitando a quantidade de dinheiro investido na infraestrutura de nuvem do Twitter, demitindo um grande número de funcionários, eliminando comida de graça e até comprando menos suprimentos para os banheiros. Além disso, tem tentado renegociar a maior parte dos contratos de arrendamento de escritórios e até cancelar alguns deles.
Imagens: Akshar Dave | Kevin Krejci (Fl
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